Todos estão em clima de final de ano e, por aqui, eu resolvi que vou “parar” mais cedo também. E esse ano, ao contrário do anterior onde as palavras não existiam ainda para tentar traduzir tudo que me (e nos) aconteceu, neste quase finado 2022 eu tenho sim que registrar aprendizados importantes. São mais para eu mesma me lembrar, porque nossas experiências são mesmo nossas, mas se servir para alguém aí em sua jornada vou ficar feliz.
Obrigada a todos que me acompanharam, de perto ou de longe, especialmente nesses últimos capítulos. Há muito o que ser escrito, dito e feito, ainda, mas por ora eu fico com essas 23, para receber bem o ano vindouro!
1 ) Tudo passa. O que é bom e o que é ruim. Tudo, inevitavelmente, passa. Não adianta querer se apegar às coisas e situações, ou pior, confundir-se com coisas e situações. A lição do desapego voltou forte por aqui – talvez agora eu a tenha aprendido.
2 ) Colecione boas memórias. Boas lembranças é tudo o que vai nos restar, um dia, efetivamente possuir/ ter. Coisas passam. Memórias não.
3 ) O melhor presente que a gente pode ter ou dar, muitas vezes, é apenas estar presente. Verdadeiramente presente. Sem distrações.
4 ) Se você não tem nada útil ou bom a dizer a alguém, que tal silenciar? Temos aprendido muito sobre oratórias e nada sobre “escutatória”. Escutar alguém sem julgamentos é uma ação capaz de mudar (e salvar) sua vida verdadeiramente.
5 ) Clientes, empregos, títulos e cargos são provisórios. Não os trate como permanentes.
6 ) Não há caminho sem volta, só a morte. As escolhas podem ser desfeitas e refeitas. As crenças e convicções podem (e devem!) ser questionadas.
7 ) Há saída. Sempre há saída. No desespero a gente costuma não enxergar muitas (ou nenhuma). Se esse é o seu caso, peça ajuda – mas ajuda efetiva, de preferência especializada e competente.
8 ) Não é feio duvidar das intenções do outro. Aliás, acreditar sempre no outro é caminho para muitas frustrações. Se algum conselho não te pareceu útil, bom ou adequado: ignore. Confie na sua intuição. Costuma ser um bom antídoto para pessoas e situações “cilada”.
9 ) Se sua intuição gritou “cilada” e você seguiu e frente, não sofra tanto se punindo. Há consequências, muitas doloridas – mas lembra que não há caminho sem volta e escolhas podem ser desfeitas?
10 ) Seja mais gentil consigo. Respeite as suas dores, feridas e cicatrizes. Só você conhece toda a sua história. Só você sabe o que passou, viveu e teve que superar esse ano.
11 ) Não conte às pessoas mais do que elas precisam saber.
12 ) Ser bom não é ser bobo. Se alguém te machucou você não precisa necessariamente dar a outra face ou se calar. Reagir muitas vezes vai dar a ao outro a chance de aprender mais sobre até onde pode ir – e que espaços não se deve adentrar sem consentimento.
13 ) Você não é culpado ou responsável por tudo que te aconteceu. Isso é papo de coach irresponsável vendendo fórmulas mágicas que não existem ou de abusadores que responsabilizam a vítima por seus crimes. Violência alguma é normal; denuncie se vir ou for vítima de alguma, de qualquer tipo!
14 ) Há outros caminhos de aprendizado que não o da dor. O amor também ensina.
15 ) Desconfie, em qualquer área, de fórmulas prontas e/ou mágicas. Pessoas são únicas e devem ser realmente cuidadas com toda a sua complexidade – e sem estigmas, rótulos ou julgamento.
16 ) Continue fazendo o que é certo, mesmo que nem todo mundo esteja vendo. Faça isso por você, porque não há melhor preditor de uma boa noite de sono do que uma consciência tranquila. Não, o mundo não pertence apenas aos espertos. Há justiça. Onde não houver, busque-a (e denuncie injustiças).
17 ) Durma bem. Você não imagina o que a privação de sono pode te causar de danos (imediatos e de longo prazo).
18 ) Dê pausas. Permita-se relaxar. Você não imagina o que viver no limite (ou além dele) pode causar – e, se sabe, sinto muito por ter experimentado essa dor…
19 ) Beba muita água e cuide da sua saúde física, mas que você não deixe que o excesso de cobranças e comparação te custe a saúde mental.
20 ) Não há ninguém perfeito. Nenhuma pessoa em nenhuma condição está bem o tempo todo. Isso é ilusão e uma meta perigosa de se alcançar. Redes sociais são recortes de realidade, não são a realidade de ninguém. Cuidado com as comparações e expectativas que você gera sobre si mesmo (a).
21 ) Há relações que podem ser cuidadas, curadas, recuperadas ou reconstruídas – se fazem realmente sentido e se valem mesmo a pena sustentar. Há algumas que merecem e precisam ser rompidas – pelo seu próprio bem, pela sua própria saúde. Acredite: algumas perdas são mesmo grandes livramentos.
22 ) Tenha fé em si. É sim importante e preditor de bem-estar ter fé em algo além e/ou acima de si, mas que isso não faça você perder a fé em si próprio ou na humanidade.
23 ) Tenha humildade de pedir ajuda quando algo não vai bem – mas procure ajuda efetiva, profissional, respeitosa e competente. Já me esbarrei com muitos “falsos profetas” por aí e posso dizer: há imenso perigo em acreditar cegamente neles. Ouça sua intuição e seu coração: eles sempre indicam o melhor caminho a seguir.
Ademais: vamos celebrar e agradecer. Estarmos vivos, depois de anos de tantas perdas, é mesmo um presente e uma dádiva!
Boas Festas!
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