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Quem é você sem máscaras?

Foto do escritor: Rafaela ManzoRafaela Manzo

Só tem uma coisa na vida mais fascinante do que estudar e conhecer melhor o comportamento humano: é ser humano. Viver como um ser humano. Sentir como ser humano. Com todos os riscos, possibilidades e potencialidades que ser humano traz no pacote.


Tudo bem escolher viver menos, entender menos, estudar menos, saber menos.

Sempre acreditei que quem sabe menos é quem mais se diverte nessa experiência.

Acontece que, por algum motivo, eu escolhi entender mais. Mergulhar mais. Aprender mais.


Não me parece uma decisão de última hora. Penso ter decidido (sim, porque é uma escolha) antes de chegar aqui. Escolhi que iria me sentar na cadeira de aluno, que queria estar na sala de aula. De uma instituição a outra. De uma formação a outra. Multidisciplinar. Sempre desvendando segredos, aprendendo mapas, considerando possibilidades, vendo novos caminhos.


E a cada compreensão nova, cada matéria, cada disciplina, cada graduação, sigo com a sensação de que não sei absolutamente nada. Que ainda tenho muito chão na frente, muito o que aprender sobre muitas coisas. Escolhi assim. Essa é a minha diversão: querer saber.


Curiosa, desde pequena, eu me divirto fazendo perguntas e buscando entender (e duvidar das) respostas. Não sou do tipo que se contenta com sim ou não. Gosto de pergunta aberta, aquela que exige um raciocínio mais complexo (e completo).

Não acho que complico a vida. Acho que busco me descomplicar. Talvez aprender sobre mim e sobre o outro me dê uma perspectiva melhor dos relacionamentos. Porque e para que eles existem.


Sempre desconfiei que o segredo de tudo (ou de quase tudo) está na compreensão e na melhor compreensão dos relacionamentos. A comunicação chegou (e permaneceu aqui) por isso.


Mas o estudar a si, o enxergar a si próprio com clareza e o outro com toda a sua humanidade (e potencialidades) também me fascina igualmente. Por isso, aos poucos, fui caminhando para esse terreno fértil (e gigante) do desenvolvimento humano. É para lá que estou indo também: me desenvolvendo. E saber que posso fazer isso comigo mesma me inclina a desejar fazer isso com outras pessoas também. Eu até poderia ir sozinha, mas é como se o próprio caminho só fizesse sentido se eu pudesse levar outros comigo. Todos que eu puder levar e desejarem ir. PARA ONDE? Atravessar a si. Mergulhar em si. Fundo. O mais fundo possível. O que importa? A travessia. A viagem. A experiência, em si. Só.


Eu tinha muita dúvida sobre o COMO. Porque o O QUE nunca foi uma dúvida.

Talvez agora eu tenha um caminho mais palpável.


Entender mais como posso ajudar e servir me parece ser sempre um caminho bom - e se ele inclui cognição E intuição soa como a combinação perfeita.


Que pode não ser perfeita para você, mas é para mim. E lidar com as diferenças, especialmente sobre os caminhos que fazemos, pode ser o maior tesouro da gente nessa vida. Respeitar o caminho do outro, o conhecimento do outro, ou o não conhecimento do outro.


Hoje minha provocação é para nós todos: quem seríamos sem as máscaras que achamos que precisamos sustentar?


Sem os papéis fixos, as crenças rígidas, os rótulos que nos colocaram - ou que colocamos em nós mesmos?


Se você não fosse a sua profissão, a sua função, o seu serviço, os seus bens ou o seu salário... seria o que?


Olhando no espelho agora, bem fundo, de verdade, você se reconheceria?

Onde você pendurou você? Quando você começou a acreditar que você era a sua fantasia?


Eu estou em busca de mim, da minha forma mais genuína e autêntica. Enquanto faço essa revisão, pesco aspectos meus que fui adquirindo e não percebi. Pedaços de fantasias alheias, de expectativas alheias, de padrões que eu nem sei de onde vieram. Mas eu espero, antes do Carnaval acabar, que sobre pouco (ou nada) disso.


Que haja apenas eu, em minha perfeita imperfeição, observando e esculpindo minha própria matéria prima. Enquanto observo o outro esculpir a sua, e o ajudo a refletir se é aquilo mesmo que ele nasceu para ser. Se aquela é a versão mais autêntica dele. Se é o que ele deseja encontrar quando olhar no espelho. Porque se for (ah, se for!) isso é o que basta.


Olhar a si, sem máscara, despido, inteiro.


Que só haja espaço para as máscaras quando for, mesmo Carnaval.

(ou que você saiba, pelo menos, quem é que está por trás dela).


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